sábado, 4 de junho de 2011

"Lápis nº2" - 4º capítulo!


Boa noite twilighters! Como sabem, as fics aqui do blog estão atrasadas, mas ando a tentar colocá-las em dia o mais rápido possível! Lamento imenso por este atraso!
Por agora fiquem com o 4º capítulo da fic "Lápis nº2", escrita pela Paulinha! Boas leituras ;)

4º capítulo

As primeiras aulas do dia seguinte passaram como um borrão. Fiz um esforço para prestar atenção, mas todas as vezes em que eu tentava olhar para o quadro negro os meus olhos subiam directamente para o relógio, e eu suspirava de impaciência por ainda estar longe da hora do almoço.

Assim, quando o sinal do terceiro tempo tocou, eu fui a primeira a me levantar e voar porta fora, na direcção do refeitório.

Alice já estava lá quando cheguei, sentada na nossa mesa de sempre, mas não havia nem sinal de Edward. Suspirei e sentei-me ao lado dela, ainda esquadrinhando o refeitório com os olhos.

- Não vais comer, Bella? – ela perguntou, de maneira risonha. Eu fiz que não com a cabeça, sem desviar os olhos da porta. Cada vez que ela abria eu prendia a respiração, e cada vez que eu via que não era Edward eu expirava pesadamente. Alice gargalhava com isso.

Eu já estava perdendo as esperanças quando, finalmente, ele chegou. Mordi o lábio para evitar um sorriso – seria simplesmente ridículo demais, e Alice ainda estava ali – e soltei o ar com calma. Segui Edward com os olhos enquanto ele ia pegar sua comida, examinando-o. Sua blusa azul marinho não tão folgada realçava seu tom de pele e delineava o contorno de suas costas bem desenhadas, e seu cabelo acobreado arrepiava atrás de uma maneira charmosa.

Ele se virou para as mesas, mas a súbita consciência do que eu estava fazendo me impediu de examinar seu rosto. Corei e abaixei o olhar. Eu estava mesmo examinando o corpo de Edward?

- Não precisa corar assim só porque você estava olhando para ele, Bella! – Alice me disse, rindo. Eu olhei para ela furiosa (não precisava gritar isso, precisava?) e corei ainda mais. Então ela tinha percebido, e eu jurando que estava a ser discreta.

Tentei concentrar-me apenas na mesa à minha frente, mas ergui os olhos quando Edward se aproximou de nós. Meu coração bateu rápido e eu olhei de rabo de olho para Alice, esperando que ela levantasse a mão e dissesse “Oi, Edward!” com um sorriso convidativo. No entanto, ela apenas acenou para ele discretamente e continuou comendo.

Observei com descrença quando Edward nos cumprimentou com um aceno de cabeça e foi se sentar a duas mesas de distância de nós. Assim que ele se sentou, eu olhei para Alice, boquiaberta.

- Que foi? – ela perguntou, com a cara mais inocente desse mundo.

- Pensei que você fosse chamá-lo para se sentar com a gente . – falei, como se fosse óbvio. E realmente era: Alice, planinho de cupido, almoço, Edward… minha conclusão tinha lógica.

Ela sacudiu a cabeça.

- Bella, você não pode esperar que tudo caia do céu. – ela me olhou com desaprovação. - Não vou fazer tudo por você. Se você que almoçar com ele, convide-o!

Meu queixo caiu de novo, dessa vez de horror. Ela não estava fazendo isso comigo!

- Q-quem quer nos juntar é você, Alice. – argumentei, tentando fazê-la mudar de ideia. – É você que faz questão de que ele almoce connosco.

Ela deu um sorrisinho.

- Então você deve estar feliz que eu não o chamei, não é?

- Impossível discutir com Alice. – resmunguei para mim mesma. Ela concordou com a cabeça.

- Bella, você vai ver que no final isso vai valer à pena.

Ela começou a explicar o quanto esse contacto era importante para o relacionamento, mas eu parei de prestar atenção para observar Edward. Não podia ser tão difícil, podia? Era só caminhar até ele e falar: “Ei, você quer almoçar com a gente?”. Isso mesmo,era fácil. Muito fácil.

Alice tinha parado de falar e estava me olhando.

- Bella? Estou esperando você ir.

- Hm... o almoço está acabando. – respondi, olhando de relance pra o relógio e rezando para isso ser verdade. – Então deixa para amanhã.

O dia seguinte foi quase uma repetição do anterior. As primeiras aulas passaram em outro borrão, eu corri para o refeitório e fiquei esperando Edward chegar. Quando ele passou pela nossa mesa, Alice cumprimentou-o da mesma forma de antes.

- Tudo bem, hoje eu falo com ele! – sussurrei para mim mesma, e estendi o braço para cumprimentá-lo. Ele apenas acenou com a cabeça de novo e seguiu para a mesma mesa de ontem. Eu me virei para Alice, com olhos suplicantes, mas ela sacudiu a cabeça negativamente.

- Não vou falar.

- Alice, não me faz fazer isso! – implorei.

- Anda, Bella, vai lá falar com ele! – ela mandou. Eu me levantei sem vontade nenhuma de fazer isso e olhei para a mesa dele. – Vai logo, Bella!

Ela me empurrou de leve e eu perdi o equilíbrio. Dei dois passos desajeitados e esbarrei com as cadeiras da mesa da frente, fazendo muito barulho. Edward levantou o rosto para procurar a fonte do barulho e me viu. Óptimo, tarde demais para mudar de ideia.

Endireitei-me, corando, e me aproximei dele.

- Oi, Bella. – ele cumprimentou, puxando a cadeira ao seu lado para que eu me sentasse.

- O-oi, Edward. – ignorei a cadeira e fiz um esforço enorme para botar as palavras para fora. – Eu estava pensando se... se você não quer almoçar... com-migo.

Ele arqueou a sobrancelha.

- Com você?

- É, sabe, eu e Alice... – apontei por cima do ombro com o dedão, mordendo o lábio. O jeito como ele dissera “com você” tinha sido desagradável.

Ele suspirou.

- Isso tudo foi ideia dela, não foi?

- Foi. – o jeito como ele tinha suspirado também não tinha me agradado. Senti minha garganta apertar.

Ele passou a mão pelo cabelo de um jeito extremamente sexy (meu Deus, eu estava realmente pensando isso?) e se levantou, levando sua bandeja. Voltamos para a nossa mesa e nos sentamos, ele ao meu lado, já que de novo não havia mais nenhuma cadeira disponível.

- Oi, Edward! – Alice cumprimentou, toda animada. Ele acenou com a cabeça.

- Olá, Alice

- Então, o que você dois iam fazer hoje à tarde? – ela perguntou, olhando de mim para ele. Olhei para Edward pelo canto do olho e reparei que ele também estava olhando. Corei e desviei o olhar.

- “Iam”? – Edward perguntou, arqueando uma das sobrancelhas. Alice assentiu.

- É. Porque nós vamos ao cinema.

- Nós quem, exactamente? – a voz de Edward tinha o mesmo tom de antes, quando eu o chamara para sentar com a gente. Minha garganta fechou de novo.

- Ah, você sabe. – Alice respondeu, abanando a mão. – Eu, você, Bella, Jazz, Rose e Em.

- Todos já concordaram em ir? – ele perguntou, descrente. Alice deu de ombros.

- Só falei com vocês até agora. Você vai, certo, Bella?

Olhei de Alice para Edward. Ele parecia extremamente desconfortável com isso, e meu estômago afundou.

- Não me põe no meio, Alice. Eu tenho que limpar a casa.

Alice bufou e a expressão de desconforto de Edward aumentou.

- Tudo bem, então. Não vá. – ela se virou para Edward. – Você vem, certo?

- Não posso. Tenho que fazer um trabalho. – ele respondeu.

- Para que dia é isso? – Alice perguntou.

- Sexta feira.

- Então você faz amanhã! Simples assim. – ela recostou-se na cadeira e continuou comendo.

- Alice, eu não posso! – Edward afirmou. Ela o olhou com uma expressão severa, do tipo “você-vai-e-ponto”, e ele suspirou. – Está bem, está bem, se é tão importante eu vou.

- Óptimo. – ela disse, e se virou para mim. – Tem certeza de que não vai?

E então eu entendi porque Alice havia desistido tão fácil de me convencer a ir: porque ela sabia que, assim que convencesse Edward, me convenceria também. Mordi o lábio, tentada a falar que ia, mas seria muito ridículo eu dizer isso assim que ele havia decidido ir.

Edward começou a olhar para mim também, esperando por uma resposta. Isso não me ajudou a decidir.

- Ah, Bella, você não pode limpar a casa depois? – Alice perguntou, com olhinhos pedintes.

- Bom... tenho que ligar para Charlie, mas...

- Mas ele vai te deixar ir assim que você disser que eu vou. – Alice abriu um sorriso imenso e eu suspirei de alívio enquanto pegava no telemóvel no bolso. Eu não sabia por que estava surpresa: no final, tudo sempre saía do jeito que Alice planejara.

***

Alice estava certa, claro, e assim que eu mencionei seu nome Charlie passou a achar a ida ao cinema uma óptima ideia. A perspectiva de ficar no mínimo uma hora e meia sentada ao lado de Edward (porque com certeza Alice faria nós acabarmos assim) me deixava eufórica, apesar de essa euforia diminuir quando eu me lembrava da expressão de desconforto de Edward.

Eu não estava com meu carro porque Alice tinha me dado boleia de manhã, então já estava definido que eu iria com ela, mas Edward fez questão de ir com o dele, apesar dos protestos de Alice para que fosse conosco. Dessa vez, ele tinha um argumento que nem mesmo ela poderia contrariar: ele não podia deixar o carro na escola.

- Não tinha um rapaz mais divertido para você se apaixonar, Bella? – ela resmungou enquanto dirigia em direção ao cinema. Era a primeira vez que ela tinha perdido uma discussão, e ela estava tão ranzinza que chegava a ser engraçado. – Tinha que ser um tão teimoso e cabeça-dura?

- É, claro. – repeti essa resposta pela terceira vez. Eu não estava prestando muita atenção ao que Alice resmungava, e ela não prestava atenção às minhas respostas. Olhei pela janela de novo, procurando entre os motoristas algum que tivesse cabelos acobreados e charmosamente despenteados, mas era inútil. Edward com certeza havia tomado outro caminho. E eu não podia procurar o carro dele, porque Alice me puxara pra dentro do dela depois de ter perdido a discussão tão rápido que não deu tempo de ver qual era.

Corei ao lembrar disso. Quando Alice disse: “é, acho que você tem razão”, de forma bem contrariada, eu olhei boquiaberta para Edward. O que ele havia feito era uma façanha, e eu vinha tentando fazer aquilo havia aproximadamente dez anos.

Assim que eu me virei para olhar para ele, ele também olhou para mim, e deu um sorrisinho de lado quando viu minha expressão. Meu coração deu um salto quando ele sorriu e eu senti minhas bochechas queimando. Ele continuou sorrindo, e eu teria continuado olhando se Alice não tivesse agarrado meu braço e me enfiado dentro do carro.

Os outros já estavam no cinema quando nós chegamos, incluindo Edward, que saíra depois de nós. Alice bufou quando o viu, e ele respondeu com outro sorrisinho torto (que fez meu coração pular e minhas bochechas corarem de novo). Fiquei preocupada que Alice esquecesse a razão de estarmos ali, mas assim que ela viu Jasper ela recuperou o bom humor.

Nem eu nem Edward optamos em relação ao filme; eu porque estava ocupada demais tentando controlar minha respiração e meu fluxo sanguíneo para que não ficassem óbvios os efeitos do sorriso de Edward em mim – e falhando completamente, devo dizer -, e Edward porque estava ocupado demais fazendo cara de desconforto toda vez em que Alice vinha nos perguntar o que queríamos ver.

- Alguém vai querer pipoca? – perguntou Alice enquanto nos sentávamos, Edward na ponta, eu ao seu lado, Alice do meu outro lado, depois Jasper, Rosalie e Emmett. Eu e Edward balançamos a cabeça negativamente, mas os outros se levantaram e a acompanharam.

Assim que eles saíram da sala, Edward recostou-se na cadeira e começou a passar as mãos pelo cabelo, ainda com cara de desconforto.

- Edward... está tudo bem? – perguntei com uma voz fraca que custou a sair, e me senti corar. Ele me olhou assustado, como se tivesse esquecido que eu estava ali, e esfregou o cabelo para frente e para trás, bagunçando-o completamente.

Edward olhou para a escada.

- Eles vão demorar a voltar, não vão?

Eu assenti e prendi a respiração quando ele virou os olhos verdes para mim. Eles eram hipnotizantes, mas eu fiz um esforço para olhar para outra coisa – meus joelhos, por exemplo.

- Posso te perguntar uma coisa, para você me responder com sinceridade? – Edward me perguntou, e eu tive que morder meu lábio para me impedir de sorrir bobamente. Ele ia me perguntar o que eu achava que ia me perguntar? Bem, isso explicaria sua cara de desconforto: a ideia do que ele me perguntaria estaria deixando-o nervoso.

Ergui os olhos de novo e meu coração acelerou quando encontrei os dele. Prendi a respiração de novo, e fiz um enorme esforço para não me prender naquela armadilha de esmeralda e prestar atenção à sua pergunta.

Assenti, e ele passou a mão pelo cabelo outra vez antes de perguntar:

- Alice está a gostar de mim, não está?

Meu estômago barafustou e eu senti um gosto amargo na boca. Tentei engolir para tirar o gosto, mas um nó na minha garganta me impediu. Edward ainda estava olhando para mim, esperando, mas eu não conseguia formular uma resposta. A única palavra que se repetia em minha mente era “Alice”.

O máximo que consegui fazer foi erguer minha sobrancelha.

- Ela está sempre sorrindo para mim, e a convidar-me para sentar com vocês, e ficou me importunando para vir... – ele falou, passando a mão pelos cabelos novamente. – Eu não sei se é só o jeito dela, mas de qualquer forma...

Ele fez uma pausa. Eu ainda não conseguia dizer nada, apenas continuava mordendo meu lábio, agora para me impedir de chorar. Alice?

- Bom, diga a ela para não terminar com Jasper, ok? Eu não quero atrapalhar nada.

Assenti, ainda sem conseguir encontrar palavras para respondê-lo, e virei o rosto para assistir aos trailers que milagrosamente tinham começado. Senti seu olhar sobre mim por alguns segundos, antes de ele se virar também, e resisti à vontade de olhar para ele.

Alice e os outros só voltaram alguns minutos depois, logo antes do começo do filme, então ela não percebeu o clima.

Fiz o possível para me concentrar no filme e tirar as falas de Edward da cabeça, mas não consegui, e abençoei a escuridão da sala de cinema quando uma das lágrimas que eu tentara reprimir escapou e escorreu pela minha bochecha.


Twikiss :)

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